Coisas que ninguém te conta sobre viajar sozinha

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Tenho em mente que viajar sozinha não é só um ato de coragem, como também de libertação. E você provavelmente já deve ter escutado isso e pensado: “Ah, nem deve ser isso tudo.” Pois bem minhas queridas, eu venho por meio deste texto informar vocês de que é isso tudo SIM!

A primeira vez que eu resolvi viajar sozinha foi no início deste ano, para Búzios, no RJ. Como já é de costume, pesquisei bastante antes, sobre o destino e é claro, sobre os cuidados que eu deveria tomar durante a viagem.

Li muitos textos inspiradores sobre mulheres que viajam sozinhas. Mas honestamente, texto nenhum te prepara pro que está por vir.

Pensando nisso, resolvi reunir aqui, não uma lista de dicas, ou de precauções, mas sim algumas das coisas que ninguém me contou antes da viagem, coisas que eu só descobri lá, mas que podem te encorajar ainda mais a viver essa aventura.

Dá mais frio na barriga do que ficar apaixonada

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Olha, não me lembro de ter lido em lugar nenhum sobre o frio na barriga que insistiu em me acompanhar durante toda a viagem. Eu não sei como vocês lidam com coisas novas na vida, mas eu garanto que o frio na barriga vai surgir em algum momento.

Acontece que quando você decide viajar sozinha, você simplesmente não tem ideia do que pode acontecer. A liberdade de poder montar um roteiro e mudar tudo em cima da hora é tão grande que chega a dar medo.

Mas não pense que isso passa quando você chega ao destino, porque não passa.

A cada coisa nova que você fizer, o friozinho vai estar ali. A primeira vez que um desconhecido(a) puxar assunto com você, o primeiro passeio que você fizer na região, o primeiro ônibus/uber/táxi que você pegar, tudo isso vai te dar aquela sensação única e levemente desconfortável de frio na barriga, que quem já se apaixonou conhece bem.

Você aprende coisas novas sobre você mesma

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Antes de ir, eu li em muitos lugares que viajar sozinha é um ótimo exercício de autoconhecimento. Na verdade, eu li isso em tantos lugares que comecei a achar que era só um clichêzinho sem valor. Mas vai por mim galera, é a melhor parte dessa brincadeira toda.

Eu tive a prova de que isso é real porque me hospedei em um hostel onde grande ou a maior parte dos hóspedes eram estrangeiros. Eu sempre gostei muito de inglês, mas nunca fiz um curso, ou coisa do tipo, então nunca tinha me arriscado a falar. Acontece que depois de tomar algumas cervejas com o pessoal, eu comecei a falar FLUENTEMENTE.

Ok, pode não ter sido o inglês mais fluente do mundo, 🙄 mas a questão é que todo mundo conseguiu me entender e consequentemente eu fiz várias amizades.

Além de descobrir esse meu talento oculto, eu percebi o quanto eu gostava da minha própria companhia, pois mesmo quando eu estava sozinha, eu não me sentia solitária.

Na verdade, acho que nunca na vida eu me senti tão completa como durante essa minha viagem. A vida toda, a gente é induzida a acreditar nessa baboseira de metade da laranja e que só vamos ser felizes quando encontrar alguém, mas gente, nós já somos a laranja inteira! E eu juro, entender isso é melhor do que comer pudim depois do almoço.

As pessoas no geral são muito receptivas

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Eu acertei em cheio escolhendo um hostel para me hospedar. Quando você se hospeda em lugares alternativos, você acaba encontrando uma galera que também está viajando desacompanhada e isso facilita muito na hora de socializar. Mas a minha maior surpresa em viajar sozinha não foi essa.

Durante os passeios de barco que eu fiz, eu fui praticamente acolhida por duas famílias. Um casal com o filho de 9 anos – que mergulhava feito peixe em mar aberto, enquanto eu não soltava o macarrão – e uma mãe com 2 filhas que deviam ter por volta de 7 e 15 anos.

Eu realmente fiquei surpresa porque nos dois casos, foram eles que puxaram papo comigo. Acredito que no geral, quase todos os viajantes compartilham esse senso de aventura, de curiosidade pelo novo.

Então, é legal tentar ser sempre o mais simpático possível, porque as pessoas simplesmente sentem quando a gente dá abertura e quando a gente não dá.

Você dificilmente vai se sentir sozinha

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Quando cogitamos a ideia de nos afastar – mesmo que temporariamente – de tudo que conhecemos e de todos que amamos é normal bater aquele medinho. Principalmente se você não tiver costume de fazer outras coisas sem companhia.

Muita gente me disse pra começar dando um passo de cada vez, ir ao cinema sozinha, assistir uma peça de teatro, visitar um parque, comer um lanche. Assim, aos poucos eu poderia me acostumar e enfim viajar sozinha. Mas como eu já tinha o costume de almoçar sozinha – e sou um tanto quanto ansiosa – decidi que já era o suficiente pra viajar.

E não é que eu tava certa? Durante a viagem inteira, eu não me senti sozinha em nenhum momento sequer. E porque deveria? Além disso, existem tantos aplicativos para te manter perto da família e dos amigos, que é praticamente impossível se sentir sozinha.

E ai? Convencida a viajar sozinha?

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Preciso dizer que viajar sozinha pra mim foi uma experiência incrível e que com certeza foi a primeira vez de muitas. É uma oportunidade maravilhosa de se sentir auto suficiente, confiante e dona do próprio nariz. Você cria seus horários, segue os roteiros que der na telha, ou não segue nenhum, conhece gente nova, aprende mais sobre você e tantas outras coisas que eu precisaria de outro texto inteiro para citar.

Mas se isso tudo ainda não te deixou convencida, também separei alguns filmes que falam de viagem e onde as personagens principais são mulheres. Dá uma conferida lá e conta pra gente o que achou! Não esqueça de dividir sua experiência aqui com a gente e ajude a incentivar outras leitoras!